Já que você saiu...

Estou te escrevendo de novo. Não sei se será a última vez, ou se só mais uma. Acontece que “você apareceu do nada, e você mexeu demais comigo”, como diz a canção que dei pra cantarolar nos últimos dias. Tenho tido ciúmes de suas ausências, das vezes que me ignora no messenger, das outras em que me joga uma frase e some... Fico imaginando quem consome seu tempo, quem faz com que você fique acordado tantas noites, quem vagueia com você por aí... Me pergunto se é alguém de tempos, se chegou agora, se é qualquer uma ou se é ‘ELA’ (com todas as letras maiúsculas e reverências que possa exigir)... Agora, por exemplo: você saiu, de terno, possivelmente cheiroso... e eu me mordendo querendo perguntar se ela foi junto... A julgar por sua tímida empolgação, posso crer que foi sozinho, porque sinto que ela te faz bem e se fosse com ela, certamente, nem teria tido tempo de reparar meu nick nostálgico a la anos 80... Mas é horrível pensar que tem alguém impedindo que preste atenção em mim. Há tempos procuro alguém doce assim, diferente assim. Tanto que nem consigo explicar as imensas declarações de coragem que tive para conseguir manter contato com você. Sua voz agita até a célula mais preguiçosa do meu corpo... e tudo passa a fluir numa nova vibração quando você me dá atenção... Tá. Não posso perder meu caráter, não posso querer que ela suma para que eu te console e você veja quão especial posso ser, como sempre acontece com o mocinho abandonado e com a bonitinha e boazinha da novela das oito. Mas bem que o destino podia nos dar um empurrãzinho, né? Nem que seja para eu perceber que cometi um terrível engano... O que não dá mais é para eu ficar suspirando por cada migalha que você deixa cair perto de mim. Preciso me libertar dessa necessidade que sinto por sua atenção. Preciso me convencer de que cheguei até aqui sem você e que posso muito bem continuar meu caminho sem encostar na sua pessoa. Mas bem que eu queria o contrário...

“EU SÓ QUERO SABER EM QUAL RUA A MINHA VIDA VAI ENCOSTAR NA TUA...”