Não sei o tipo de homem que você é, mas sei que sou do tipo de mulher que gosta de construir relações e não de forjá-las. Não sou de me descrever; prefiro me desvendar. Acontece que você quer o tempo todo que eu me entregue, que eu me declare, que eu faça você acreditar no que quero e sinto. Acontece também que não sei me dar para quem não confio, que não sei declarar sentimentos que ainda não sinto, nem, muito menos, convencer pessoas a cerca de crenças que não se enraizaram em mim. Não preciso ser um outdoor envolto em neons reluzentes. Se quer saber o que guardo por dentro, procure parar para ouvir o que digo nos meus silêncios. É no que não falo que estão escondidas minhas maiores verdades...
Parece que você não quer verdades, né? Pelo menos ao meu ver, você quer apenas demonstrações fúteis de emoções superficiais. Só que eu cansei de tentar te entender. Não aguento mais ter que expor à força intenções tão delicadas. Eu admito que sou muito mais as entrelinhas do que a objetividade do que está palpavelmente escrito. Meus pensamentos não são assim tão acessíveis e isso incomoda muito as pessoas. Porém, não preciso rasgar meu peito para que acredite quando digo que tenho sangue quente correndo em minhas veias. Se prestar um pouco de atenção, vai perceber que não preciso armar um circo para o meu show. Minhas apresentações são discretas; porém, não menos atrativas. Basta desviar o olhar para um campo de visão que vai alguns metros além do próprio umbigo para se surpreender com o que tenho a oferecer... Mas será que você tem coragem o bastante para enxergar além do que já te é conhecido????!?
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