terça-feira, 4 de agosto de 2009

Instabilidade

Sou movida a paixão. Nada de morno ou de mais ou menos me serve. Preciso do gelo ou da lava, do céu ou do abismo, mas nunca dos caminhos conhecidos ou das estradas sem curva. Dizem que geminianos são superficiais, que a curiosidade e a busca incessante pelo novo fazem com que não se prendam a nada e a ninguém.

Não me julgo superficial. Afinal, não me contento em conhecer a pele, querendo ir muito além do sangue que corre e carrega os vícios e irriga o íntimo dos pensamentos e das razões das atitudes das pessoas. O único porém é que as coisas e as pessoas precisam ter algum significado que me instigue para que eu me prenda a elas. Prendo-me, portanto, a tudo que me tira o ar e ao que me dá razão para seguir respirando de forma ofegante. Mas não sei deixar o ar entrar e sair de forma tranqüila. Tudo tem que doer. Tudo tem que ter força. O ar tem que entrar muito quente ou muito frio, denso ou rarefeito, desde que se faça perceber e não seja apenas uma ação involuntária ligada a uma vida que segue sem que eu note, só porque irrigo meu pulmão e alimento as células do meu corpo.

Deve ser por isso que não sei lidar com a rotina, apesar de ser metódica e ter certos rituais que sempre repito no dia-a-dia. E confesso que não sei se isso é reflexo de minha irritante instabilidade ou se sou instável porque não sei conviver com a mesmice (tostines vende mais porque é fresquinho ou é fresquinho porque vende mais?!).

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