quinta-feira, 24 de junho de 2010

Medo

Para quem gosta de Lenine: MIEDO
"Medo, que dá medo do medo que dá!"
Para quem prefere O Teatro Mágico: DURMA, MEDO MEU
"Janela, madrugada, luz tardia... E o medo nos acorda."
Pode ser com Os Paralamas do Sucesso também: O CALIBRE
"Há quanto tempo você sente medo?"
O Ney Matogrosso também cantou: POEMA
"Hoje eu acordei com medo. Mas não chorei, nem reclamei abrigo.
Do escuro, eu via o infinito"
Tem o Zeca Baleiro ainda, com a ajuda do Fagner: NÃO TENHO TEMPO
"Eu não tenho medo, eu não tenho tempo de me ver chorar"


Tenho medo de chegar lá na frente, olhar para trás, e não ter do que me orgulhar. Tenho medo de não aproveitar meus amigos tanto quanto devo, de não aproveitar minha mãe tanto quanto posso, de ficar sozinha agora e, de chegar lá na frente, olhar para o lado, e só ter cultivado distância. Parece que agora tudo tem um motivo, mas tenho medo de que esses motivos não sejam plausíveis para mim quando eu envelhecer e encanar com o fato de ter deixado de fazer tanta coisa, de ver tanta gente, para fazer outras mil coisas e acabar sozinha. Tenho medo de procurar tanto a pessoa perfeita e acabar descobrindo que, na verdade, a gente tem que se contentar é com a mais razoável que a gente encontra mesmo. Tenho medo de não me sentir contente com nada. Medo de não achar nada suficiente, nada digno de admiração. Tenho medo que esse vazio nunca se encha e que esse meu saco cheio nunca se esvazie. Tenho medo de perder os poucos amigos que me restam. Medo de descobrir que o ser humano não vale a pena. Que eu não valho a pena. Que me deram como caso perdido. Medo de não alcançar meus objetivos. Medo de alcançá-los, de encarar minha nova realidade e de achar que meus objetivos deveriam ter sido outros. Tenho medo de errar. Mais medo ainda de não ter tempo para consertar. Medo de me perder. Medo de não conseguir mais ouvir minha mãe dizendo que não podemos ter medo, mesmo que ela se rasgue de medo de isso não ser verdade. É tanto medo que eu me amedronto ao enumerá-los. Ao assumi-los eles crescem... Medo...
Posso acender a luz?

2 comentários:

BAU DO FAEL disse...

puxa...tenho tantos medos parecidos com os seus...

Olha, não quero rasgar seda, mas esse post é um dos mais bem escritos e bonitos que li em blogs nos ultimos tempos...

Não sei se pela identificação com oq escreveu ou se é pq sua narrativa é otima...

beijo gde...bom fim de semana.

Cris Medeiros disse...

O Rafael me indicou seu post pra ler. E como tenho muitas afinidades com ele, tb tenho medos muito parecidos com o do seu post! Texto de grande sensibilidade!

Beijocas