segunda-feira, 28 de junho de 2010

TOCA RAUL!

Hoje, 28 de junho, Raul dos Santos Seixas completaria 65 anos de idade. Baiano de Salvador, o “maluco beleza” cedeu às graças das batidas musicais vindas da terra do Tio Sam bem jovem. Aos 12 anos, já se apresentava na capital e em cidades do interior do seu estado com o grupo The Panthers (antigo Os Relâmpagos do Rock e precedente do Raulzito e os Panteras).




Reza a lenda que foi apresentado ao rock por funcionários do consulado norte-americano, localizado perto de sua casa. Mesmo sem abandonar o espírito repentista e a influência de Luiz Gonzaga, Elvis Presley passou a ser sua inspiração artística e referência durante toda sua carreira. Em 1974, “Raulzito” ganhou projeção nacional com o lançamento do LP Gita, que lhe rendeu disco de ouro pelas mais de 600 mil cópias vendidas. O idealizador da “sociedade alternativa” foi uma figura controversa, amada por uns e odiada por muitos. De qualquer forma, suas músicas persistem até hoje, sendo aclamadas em qualquer show, balada, roda de violão e afins: “Toca Raul!!!” – quem é que nunca ouviu (gritou?!? rs) a frase?


 
Não posso dizer que sou fã de carteirinha do cara; mas tenho que admitir sua presença musical em muitas fases da minha vida. Quando criança, adorava cantar “Eu não sou besta pra tirar onda de herói, sou vacinado, eu sou cowboy, cowboy fora da lei” ... Foi a primeira música dele que conheci. Devia ter uns oito anos no máximo, não entendia nada da letra, mas colocava minha botinha (branca!) (da Xuxa!!!), pegava uma escova de cabelo (meu microfone ultra high tech!) e cantava, cantava, cantava... até irritar qualquer um que estivesse por perto.


 
Pois bem. Só na adolescência (depois de ter meus dotes artísticos sufocados na infância! rs), é que fui conhecendo mais sobre as idéias e loucuras do carinha de voz engraçada que, além do “cowboy fora da lei”, também havia me ensinado o tal do “plunct plact zum”, com um pirocoptero fajuto adaptado na cabeça.




Não concordo muitas vezes com alguns pensamentos e atitudes que ele tinha, mas admiro o artista em si e acho digno o tapa na cara e a sacudida que tentava dar nas pessoas. “Ouro de tolo”, “Todo mundo explica” e “Eu também vou reclamar” foram algumas das canções que fizeram com que eu me sentisse cutucada certas vezes.


Tá. Eu também já quis sacudir muita gente com músicas dele, como  “A maçã”, por exemplo, mesmo sendo contrária a afirmação de que “quem gosta de maçã irá gostar de todas porque todas são iguais...”.


Bizarro ou não, até chorar ao som de Raul Seixas eu chorei. Só não sei se “Aprendi o segredo, o segredo, o segredo da vida, vendo as pedras que choram sozinhas no mesmo lugar” (mas ainda dá tempo, né?). Choradeiras à parte, atire a primeira pedra quem nunca se esgoelou com orgulho cantando “Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo!”. Até hoje, quando canto essa música em formaturas, bares, ou no chuveiro, parece que revivo a sensação do dia em que saí à noite pela primeira vez. Ah! Nessa época, eu também adorava ser “a mosca” que pousava na sopa no meu pai. Dava tanto poder me enxergar assim!


E, ainda na sessão testando a paciência alheia (do meu pai, no caso), já recebi serenata de amor com “Tu és o MDC da minha vida”. Imagina o mau humor da vizinhança, né? Um absurdo! hahah




Enfim, fiz uma viagem no tempo agora... Mas chega de escafunchar meu passado! Afinal, a intenção era apenas fazer uma homenagem ao Raul Seixas, não revelar meu lado podre através das músicas dele, né? Abafa! Boa noite pra vcs!



“E sendo nuvem passageira
Não me leva nem à beira
Disso tudo
Que eu quero chegar”

Um comentário:

Cris Medeiros disse...

Não sou fã dele exatamente, mas do que ele representa, que é uma quebra de padrões sociais, ele fez pensar, contestou, disso eu sou muito fã, portanto gosto muito dele!

Beijocas